sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Projeto de Intervenção Artístico-Pedagógico em Artes Visuais

AVALIAÇÃO - VIVÊNCIA NO ESTÁGIO III


Considerações Finais

O projeto de intervenção foi uma base de uma nova descoberta pois, através de várias pesquisas,várias meditações fizeram com que colocássemos em prática um projeto onde levamos as pessoas com quem nos relacionamos durante esse período do nosso estágio que foi nossa busca de entrada, que nos levou a meditar que a arte está presente a todos os momentos de nossas vidas.
As reproduções do projeto foram baseadas na artista plástica norte-americana Cindy Sherman, ela sempre conseguia chamar a atenção de todos os espectadores, ela não se importava como se vestia ou se produzia, mais com seu estilo próprio de vida às vezes causando até espanto em algumas pessoas ela saia nas ruas, nas vitrines, mostrando a arte. Procurei fazer um pouco disso, me vesti com roupas masculinas me passando por um manequim vivo, pintei também meu rosto, com isso, chamei muita a atenção de muitas pessoas, pois ao passarem pela loja quando me viam voltavam trás para ver novamente de perto. O resultado obtido atingiu minhas expectativas, surgiram vários comentários do tipo: “ainda não tinha visto um manequim vivo em nenhuma loja, muito menos na cidade de São Simão”.
A loja de roupas masculinas foi o espaço onde escolhi para realizar meu estágio, pude contar com o apoio de todas as pessoas daquele estabelecimento, foi um lugar bastante fértil de aprendizado, notei um grande interesso do dono a respeito dos vídeos que passei sobre vitrinismo; a arte através de uma vitrine, notei também algumas mudanças e transformações o Valdinei gostou tanto que me perguntou se sabia onde ele iria comprar um Comunicador Visual, disse também a ele a enorme importância da criação de arte de uma vitrine com um desenvolvimento completo da imagem de uma loja por meio da interação das ações de comunicação visual.
Tivemos várias motivações tanto dos professores tutores quanto dos professores orientadores, que tiveram muita paciência e compreensão em nos ajudar nessa nova descoberta, como também de familiares e até mesmo das pessoas que nos receberam de braços abertos para a nossa realização de todo o processo percorrido. Foi de uma grande valia uma experiência como essa pois, agora podemos ver através de todo o nosso projeto e repassar a todos, que a arte pode ser vista, ouvida, sentida, pensada e até mesmo dita nela e por ela, a realidade se revela como se jamais tivéssemos visto, ouvido, sentido, pensado e dito. A experiência de nascer todo dia para a eterna novidade do mundo pode ser feita por nós. Mesmo as mudanças que podemos considerar talvez pequenas devem ser acolhidas, consideradas, valorizadas: transformou-se a parte, e o todo também já não é mais o mesmo, pois todos nós podemos perceber que uma função pedagógica pode ser exercida em qualquer lugar na escola, mais também na rua, por uma família, ou também em algum comércio, percebemos então que o sentido pedagógico se faz evidente e pode ser contextualizada a dinâmica social, cultural e até mesmo histórico da sociedade.
Daí podemos ver que a cidade é portanto, o tempo, lugar de ensino e difusão do conhecimento, instrumento para o acesso das camadas abertas ao conhecimento, ao saber elaborado e meio educativo de socialização no mundo social em que vivemos.
E para encerrar meu relatório termino usando um poema de Fernando Pessoa.

Meu olhar; e nítido como um girassol
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda
E de vez em quando olhando para trás
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo.

Ou seja, o eterno é o que fora do tempo, permanece sempre idêntico a si mesmo, enquanto o novo é pura temporalidade, o tempo como movimento e inquietação que se diferencia de si mesmo. No entanto essa unidade do eterno e do novo, aparentemente impossível, realiza-se pelos e para os humanos, chama-se arte.

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